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21 de jun. de 2013

Resposta a Lucas Mendes: Indignados e indignos


Infelizmente ainda existem muitos Arnaldos Jabores no meio jornalístico, com alcance muito maior de pessoas a serem iludidas. É o caso de Lucas Mendes, colunista da BBC Brasil. As passagens no Brasil são baratas, o protesto não teve uma causa justa, e no final, a classe média vai pagar por mais essa "regalia" da classe baixa. 


Lendo o jornal da BBC Brasil me deparei com o seguinte artigo do colunista Lucas Mendes, enviando de Nova York, sobre as manifestações do Brasil: Indignados e indignos. Achei interessante o que ele expôs, mas achei que merece uma resposta, pois me parece que ele não tem toda a informação que deveria. Pudera: só sabe realmente tudo o que ocorreu lá, quem participou. Eu, que estou em contato com vários manifestantes, não sei tudo.

"Passagem de ônibus e metro não estavam em jogo. E são caras em Madrid."

O primeiro ponto: em Madrid, onde houveram inúmeros protestos antes daqui, não houve protesto pelo valor da tarifa. Ficou clara a intenção de mostrar que esse não é um motivo justo, pois no Brasil é barata. Lá custa 1€.  Esse valor, aqui, é 2,98. A passagem de São Paulo estava em 3,00. Alguma diferença considerável no preço? Incomparável também é a qualidade do transporte de Madri, sempre aconselhável para os turistas. Ou seja, aqui está cara a tarifa, e muito.

"Entre os protestos brasileiros e espanhóis há uma grande diferença. Na indignação deles não apareceram os indignos que corrompem e destroem os valores dos indignados."

De fato, a questão do vandalismo nos prejudicou muito, mas aqui nós temos culturas totalmente diferentes entre uma cidade e outra. Quantidade de pessoas envolvidas, nível de vandalismo, ação policial, etc. Tivemos aqui gente que queimou lixo e palha na rua para conter a polícia, que avançava sem dó nem piedade nos manifestantes, mesmo os pacíficos. Um argumento muito vago para quem não levou em consideração os excessos policiais e a manipulação da mídia. Até porque certamente foi ele um dos manipulados. 

 Os "indignados" tinham um esquema de 200 seguranças que continha os indignos.

Aqui só teria se fosse pagando. Quem foi pacificamente não foi pronto pra violência. Mesmo os que tentaram impedir vandalismos, perderam a batalha, pois os vândalos tinham coquetéis molotov, rojões, etc. E pagar em uma manifestação acaba com a eficácia dela. Quem paga é reprimido, a exemplo das barricadas feitas em Brasília, queimando pneus, para dificultar os acessos.

"E no Brasil? As passagens de ônibus já foram reduzidas, a emenda PEC 37 deve ser derrubada. E depois? Quem vai pagar a redução nas passagens?"

Para quem criticou que o valor da passagem era barato e a causa não era lá essas coisas, deve ser barato pagar essas passagens. Hora dos que reclamam irem pra ruas para pedir que providências quanto a porque as passagens são caras, e impedir que o povo pague a conta. O governo pega a bola e joga de volta pra quem aceita. 

"Porque não reduzir salários e verbas das mordomias do Executivo, deputados, senadores e vereadores? "

Verdade, porque não? Um passo de cada vez.

"Os manifestantes condenam a impunidade. Por que nossos indignados não ajudam a policia a prender os indignos?"

E ajudam. Se afastam para poder os indignos serem repreendidos pela polícia. O problema é que a polícia não ajudam os indignados, já que eles também sofrem a repressão. 

"Última pergunta: quando este nosso Brasil, 6ª economia do mundo, vai ter educação, saúde e infraestrutura espanholas?'

Quando pessoas como você pararem de criticar protestos e começar a apoiá-los, ou pelo menso conhecer de perto como funciona. 

Enfim, mais um Arnaldo Jabor da vida. Mas esse é pior, pois tem um alcance maior e ainda não se retratou. 
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